sexta-feira, dezembro 24, 2010

Tangram

Um dia a maioria de nós irá separar-se.

Sentiremos saudades de todas as conversas atiradas fora,
das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos,
dos tantos risos e momentos que partilhámos.

Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das
vésperas dos fins-de-semana, dos finais de ano, enfim...
do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje já não tenho tanta certeza disso.
Em breve cada um vai para seu lado, seja
pelo destino ou por algum
desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a encontrar-nos, quem sabe... nas cartas
que trocaremos.
Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto
se tornar cada vez mais raro.

Vamo-nos perder no tempo...

Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e
perguntarão:
Quem são aquelas pessoas?
Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto!
- Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons
anos da minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...

Quando o nosso grupo estiver incompleto...
reunir-nos-emos para um último adeus a um amigo.
E, entre lágrimas, abraçar-nos-emos.
Então, faremos promessas de nos encontrarmos mais vezes
daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a
sua vida isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não
deixes que a vida
passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de
grandes tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem
morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem
todos os meus amigos!"
(Fernando Pessoa)

Feliz Natal a todos os que fazem parte da minha vida!

Sempre gostei de jogar o Tangram, neste Natal muitos familiares e amigos vão receber este mimo.

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Full rigged ship de Patricia Crawford


Todos os anos temos uma troca de prendas no local onde trabalho. A prenda para a pessoa secreta deverá ser feita por quem oferece e só sabemos quem faz para quem no dia em que fazemos a troca. É claro que durante as semanas que antecedem esta troca, alguns nomes são revelados e é pedida a ajuda entre colegas para execução da mesma.
O que torna estes dias mais engraçados. Eu resolvi fazer o “Full rigged ship” da Patrica Crawford para a pessoa que me saiu uma vez que está ligada ao mar. Já tinha pensado em fazer este modelo mas a falta de papel e se calhar, a vontade de enfrentar este modelo me tivesse feito desistir dele nessa altura. Deparei com alguns passos que não estava muito à vontade e pedi ajuda a outras pessoas que conheço e quando estava quase a desistir a Eva fez com que eu seguisse o meu objectivo. O papel foi sem dúvida um problema, consegui arranjar papel metalizado e decidi aventurar-me a fazer o “foil paper”. Os melhores exemplares que fiz no “foil paper” tiveram os seus dias contados quando apliquei o verniz mate em spray… Portanto o modelo oferecido foi no papel metalizado, por tristeza minha já que me tinha esforçado tanto na minha aventura de fazer o meu papel… A humidade é inimiga do papel e Lagos fica bem à beirinha do mar… Como o spray não funcionou tive de arranjar uma maneira de fazer com que as velas se mantivessem por mais tempo possível no lugar… Decidi, e muito bem, colocar arames dentro das velas e isso ajudou a criar a forma do vento nas mesmas.

Acredito que se dobrar mais outros 15 modelos eu consiga o resultado perfeito…